segunda-feira, 18 de agosto de 2008

“SOU CONTRA O RETORNO DOS BARRETOS...”


Chegou às nossas mãos por artes de nossa colaboradora em Itaguatins, Rosangela T. Cruz um exemplar do Jornal “Opinião Pública”, com um primoroso texto de autoria do escritor Eudis Queiroz que aqui publicamos em parte, por questões de espaço:
Para falar da candidatura do Juninho é impossível não relembrar a história política de seus pais, pois ele é a continuação, ou seja, a permanência de sua família no poder. Por que, politicamente, quem é Junhinho? A quem representa se não a própria família!
Até um ano atrás, Juninho não defendia nenhuma ideologia política. Por ventura, você conhece alguma causa social, cultural ou religiosa em que ele esteve envolvido? E se ama tanto nosso município, como diz em seu discurso, então, porque não esteve presente no momento da maior manifestação popular a favor da cassação do prefeito que hoje critica? Estava cuidando dos seus negócios? Estudando...? Ora! E aqueles que saiam em plena madrugada da cidade de Araguaina, arriscando suas vidas na BR 153, de moto, também não tinham seus negócios e estudo para cumprirem?
Acredito que recebê-los, politicamente agora, é cedo demais! E vou dizer por quê!
É porque sempre nos enganaram; passaram mel em nossa boca e levaram-nos na conversa; fazendo algumas coisas boas nos primeiros anos de seu governo. Fizeram-nos acreditar que realmente amavam nosso município.
Entre nós, a mãe dele, era uma senhora de um populismo admirável. O engano foi tanto que carinhosamente passamos a chamá-la de ´Mãe Ivonede´.
No entanto, assim que perceberam o respeito que tínhamos por eles e com total poder nas mãos, passaram a acharem-se donos de nós e do município. Revelaram-se como grandes tiranos e covardes com seus companheiros. E o município começou a viver uma desmazela tão grande que os mesmos que a chamavam de ´Mãe Ivonede´ passaram a vê-la como ´madastra´ severa.
No seu 2º mandato o Hospital Municipal era conhecido como rodoviária, só servia para se pegar encaminhamento (passagem) para as cidades de Augustinópolis ou Araguaina. Ditadores, nunca prestaram contas a população do dinheiro que entrava no município.
Venderam todos os maquinários: patrol, pá carregadeira (enchedeira), caminhãozinho... e ninguém nunca soube para onde foi esse dinheiro.
Centralizadores de poder e ditadores, em sua gestão, os secretários municipais não tinham autonomia, serviam apenas como ´meninos de recado´. Vereadores eram calados a boca e o medo imperava no município!
E além das estradas abandonadas, do sertão, lembram-se daquela caminhonete preta do gabinete da Prefeitura? Aquela mesma que pouco tempo antes de terminar o mandato foi trocada por uma de cor vinho, mas que desapareceu? Se era do gabinete, não deveria ter ficado no município?
Ora, no segundo mandato não estavam mais experientes e preparados? Porque então, não fizeram como nos primeiros anos de mandato? Não era Deputado Federal? O que Itaguatins ganhou em tê-lo como Federal? Isso não é nos enganar?
É claro que agora fica fácil dizer que a culpa é do Vidal, por ter deixado o município ficar inadimplente! Epa, mas não foi a própria ditadura Barreto que acabou criando a figura política de Vidal Moreno?
A derrota de seu candidato, na última eleição, foi uma prova clara de que a população já não agüentava mais tanta tirania!
E revoltados com a população, abandonaram o município em janeiro de 2005, sumiram da cidade, deixando para trás alguns companheiros endividados por terem acreditado em suas promessas eleitoreiras.
Mas, aproveitando a péssima gestão do atual prefeito e a falta de união daqueles que foram abandonados por eles, voltaram em julho do ano passado, como se nada tivesse acontecido. E posando de bons samaritanos, mais uma vez, sem perguntar a ninguém, impuseram a candidatura do filho. Não era assim que costumavam fazer? Onde está a humildade? Essa atitude é de quem aprendeu a lição?
Se tivessem nos perguntado, daríamos pelo menos três nomes, embora anônimos, mas de pessoas humanas e tecnicamente preparadas para ser prefeito(a), desta cidade. Por que só eles podem ser candidatos? Porque nunca apoiar outra pessoa?
Todos nós sabemos que o avô, o pai, a mãe (e esta por dois mandatos) foram prefeitos desta cidade e agora lançam a candidatura do filho e ainda dizem que é renovação! Onde está a renovação?
Por se uma pessoa legal, penso que um dia (UM DIA!), até seria interessante pensar no nome Juninho para prefeito desta cidade, mas isso, depois que ele tivesse sido protagonista de sua própria história política. Que seu governo não representasse o retorno de seus pais ao poder, de forma tão rápida; antes de serem capazes de respeitar os seus semelhantes e aprender que na democracia deve prevalecer a necessidade da coletividade e não suas próprias vontades!
Não podemos esquecer que eles já nos enganaram uma vez. Não podemos votar olhando somente o aqui e agora! Devemos analisar toda conjuntura e o que pode vir depois. A intenção deles é eleger o filho agora e depois a mãe, como Deputada Estadual, enquanto o pai galga novamente alguma secretaria no estado. Assim, votar em Juninho não é voltar os ´Barretos´ ao poder?[...] Nesta eleição faça o que quiser de seu voto. Você é livre e o voto é secreto! Há três opções: votar no retorno dos Barretos, votar no candidato do Vidal (foto) ou fazer como eu: digitar o número 99 e confirmar, anulando seu voto para Prefeito, como forma de dizer que está contente com tudo isso. Boa Sorte e que Deus nos abençoe!”

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Nota do redator-chefe do JN (1): O Editor do Jornal “Opinião Pública”, senhor Eudis Queiroz faz apologia do voto nulo sem medir as conseqüências desta atitude. Voto Nulo é uma manifestação individual e não tem amparo legal para cancelar uma eleição. É legítima a vontade de se manifestar, de fazer algo para mostrar a indignação com a classe política. As campanhas pelo voto nulo trazem este conteúdo. Algumas chegam também ao questionamento do voto obrigatório, sem considerar que o que fará a diferença, independente da lei existente, será uma maior conscientização da importância da participação, ponto este que ainda não atingimos. O problema é que iniciativas desta natureza não trazem uma ação eficaz e não está prevista na lei a nulidade de uma eleição por maioria de votos nulos. Pode parecer fácil votar nulo, dar uma lição nestes políticos que precisam do nosso voto e não nos respeitam, porém, precisamos de ações seguras e dentro da realidade. Pergunto: Será que existe o candidato perfeito? Será que se tivermos instituições sérias, um Poder Legislativo forte, fiscalizador e independente, fará muita diferença quem será o governo eleito? Acreditamos que toda energia necessária a uma campanha deste porte, se fosse dirigida de forma propositiva; divulgando informações, apoiando bons candidatos, principalmente para o Poder Legislativo, exigindo dos partidos políticos responsabilidades, entre outras ações importantes; os resultados certamente seriam mais eficientes, também em curto prazo. O que é relevante neste momento é que a eleição não será de fato anulada, já que a lei não prevê a manifestação de nulidade pelo voto de protesto, isto é maioria de votos nulos.
Nota do redator-chefe do JN (2): Homero Barreto e sua família já provaram a que vieram. Durante todo o mandato de Vidal Moreno, num comportamento dúbio e mesquinho, desapareceram da cidade, chegando ao ponto do ex-Deputado, por vingança contra o povo de Itaguatins, carrear uma montanha de dinheiro de emendas ao Orçamento Geral da União (OGU) (exatos R$ 3.024.696,50) para as arcas do vizinho município de São Miguel do Tocantins e adjacências, não destinando sequer um níquel furado para o município que sua família tanto “ama”. É esta a gratidão e o respeito que a família Barreto tem pelo povo de Itaguatins?

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